ENTREVISTA COM GUILHERME BOULOS
Resumo
O Brasil vive atualmente uma crise política muito perigosa e de difícil superação. A eleição pelo voto direto de um governo de extrema-direita, que ameaça a democracia e ataca cotidianamente os direitos humanos põe uma questão difícil para a esquerda e para os movimentos democráticos de modo geral: como foi possível que um candidato notoriamente racista e misógino, com um discurso tão primitivo quanto violento fosse sufragado, após 13 anos de governos petistas, por grande parte da população pobre e trabalhadora? A resposta a esta difícil questão envolve certamente esferas políticas e sócioeconômicas, cuja racionalidade, sem dúvida, é preciso destrinchar. Entretanto, como alerta Guilherme Boulos, a esquerda - se quiser superar a crise em que se encontra -, não pode padecer da ilusão de que a razão e a mero equacionamento dos interesses econômicos em jogo teriam o condão de a tudo responder. A partir de seus estudos de psicanálise e de psicologia social, bem como de sua longa e rica experiência como militante de movimentos sociais, Boulos chama a atenção para as dimensões “irracionais” e afetivas implicadas na vida social e política. Buscando compreender tanto o adoecimento psíquico quanto a expansão do fundamentalismo religioso como, ao menos em parte, verdadeiros sintomas sociais, ele discorre nesta entrevista sobre questões e dimensões muitas vezes ignoradas por parte de setores da esquerda que pugnam pela transformação social e pela emancipação dos trabalhadores.
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