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  • Revista Mouro Ano 12 Mouro 15 (2022) Issn 2175-4837

    Mouro 15
    Vol. 12 No. 15 (2022)

    DOSSIÊ: 100 Anos de Florestan Fernandes

    O ano de 2020, apesar de muito difícil para o Brasil e o mundo devido à pandemia do coronavírus, teve duas importantes efemérides para a esquerda: o bicentenário de Friedrich Engels e o centenário de Florestan Fernandes. Cem anos separam o nascimento do companheiro de lutas e de estudos de Karl Marx e o nosso patrono da sociologia brasileira. Deputado constituinte entre 1987-1988, Florestan levou ao parlamento sua experiência de educador e pesquisador, respeitado até pelos adversários conservadores. A Revista Mouro, cujo mantenedor (Núcleo de Estudos do Capital) nasceu em reuniões no escritório político de Florestan em São Paulo, não poderia deixar de prestar sua homenagem a um dos principais nomes do pensamento social brasileiro e da esquerda marxista.
    Este dossiê, lançado agora em forma de separata para registrar a homenagem no ano do centenário de Florestan, fará parte da edição da revista em papel que estará à disposição do público em 2021. Conta com dois artigos de docentes experientes e dois jovens pesquisadores, que visitam a obra do velho mestre para debater as suas diferentes contribuições, da sociologia e antropologia clássicas (de matriz funcionalista), passando por suas reflexões políticas de cunho eminentemente marxista. Certamente existem outros temas caros ao catedrático uspiano, como a questão racial, a cultura popular e o papel emancipador da educação, que são apenas referidos nos textos que compõem o dossiê.
    Lincoln Secco, docente da USP que conheceu Florestan quando ainda era um jovem estudante de graduação, escreve sobre os processos que levaram o catedrático da Universidade de São Paulo, elogiado pelo eminente sociólogo estadunidense Talcott Parsons, à militância socialista da maturidade - militância que abandonara na juventude por conselho de seu amigo Antonio Candido, para a dedicação integral aos estudos.
    Silvia Adoue, docente da Unesp de Araraquara, escreve sobre o rigor analítico do sociólogo em início de carreira, que conseguiu reconstruir a forma como viviam os Tupinambá, para além dos preconceitos dos europeus que travaram contato com eles no século XVI e deixaram registros escritos. Ela demonstra como os estudos de Florestan ajudam a entender a reconstrução da identidade indígena de seus atuais descendentes, que vivem hoje na Bahia.
    Marcelo Ferraro, historiador e doutorando em História Social na USP, faz um balanço do impacto da obra A Revolução Burguesa no Brasil na análise sobre o comportamento das elites brasileiras na segunda metade do século passado, com consequências no país que vê hoje conquistas democráticas sob risco de serem anuladas, com a ascensão de forças reacionárias.
    Felipe Duarte, economista e mestre em Ciências Sociais, discute os conceitos de capitalismo dependente e subdesenvolvimento na obra do autor, que orientou o doutorado de dois sociólogos notórios pelas pesquisas na área: Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni. Em Florestan, analisar o caráter dependente do capitalismo brasileiro leva à compreensão do projeto subalterno dos donos do dinheiro no Brasil ao imperialismo norte-americano, com seus sócios do capital europeu.
    Enfim, esta homenagem não pretende ser exaustiva, abrangendo as diversas contribuições de Florestan Fernandes às ciências sociais e à esquerda brasileira. Muitas obras, antes e depois do falecimento do autor, atingiram este objetivo. A Revista Mouro procura apenas cumprir sua obrigação de marcar, com este dossiê, o centenário de alguém que influenciou gerações de estudiosos e militantes socialistas.
    Florestan, presente!

  • Mouro 14
    Vol. 11 No. 14 (2020)

    Mouro reaches its number 14 with the first change of its Editorial Commission. The magazine went through a rare period in Brazilian history. Never before has this country gone so quickly from a moment of international prestige, economic rise and improvement in income to another unclassifiable one: loss of rights, recession, unemployment and, fundamentally, hopelessness. But neither, and on the other hand, had a political organization with the dimensions and roots of the Workers' Party ever existed in Brazil. This fact should not be ignored.
    For Mouro, it should be said, the blow was not a bolt of lightning in a blue sky. We drew attention much earlier to lawfare, to economic policy errors, the absence of a military policy, the dangers of fascism and even to the repressive madness of PT governments.
    However, for many it was unimaginable that a neo-fascist ruler would reach the presidency of the Republic. It was inconceivable that the sewage of social networks, middle-class foul language and militia practices were installed in the Planalto Palace.
    The dominant “philosophy”, produced by a fake astrologer, became the ultimate expression of the power of narco-Pentecostalism. And all of this was normalized, albeit with some shame, by the bourgeois press. Who could accept the idea that the elite bow to the rabble and sacrifice their political dominance in the name of their economic salvation? How was it possible?
    We didn't know everything, but some historical knowledge allowed us to print in our pages Marighella's denunciation that our democracy is rationed and only exists as an interregnum between dictatorships. In 2016, once again the anti-national bourgeoisie sacrificed democracy on the altar of its profits.
    Eppur si muove! The magazine, despite everything, weathered the storm and now dares to bring a dossier on the centenary of the Communist International (1919-2019), as well as reviews and articles by scholars, academic or not, of notable intellectual value, who discuss themes of great importance for the struggles of yesterday and today. So do the interviews arranged in this issue 14. And as it could never fail to be, we will see in the following pages a large volume of artistic works, Mouro's trademark, which, in their various expressions, debate and fight, reflect and they meditate, amaze and encourage while “imaginative transfiguration of the real”, as Edgard Carone said. The reader will find here, therefore, discussions on theoretical problems and historical dilemmas that will help to reflect on our constant struggle for socialism.
    Part of the small team that produced the Mouro magazine here says goodbye and passes the baton to those who arrive with more energy, new themes, new approaches and many hopes. The work, not the affection, ends. Near or far, we are always together.

  • Revista Mouro 3

    Mouro3
    Vol. 2 No. 3 (2010)

    This third issue of Revista Mouro pays tribute to the historian Wilson do Nascimento Barbosa. Born in Rio de Janeiro in 1941, he is first and foremost a poet and fighter. He wrote numerous poems (mostly still unpublished).
    His initial training took place in the History course at the former University of Brazil. He also graduated in Economics and Statistics at Lund University (Sweden), where he obtained his Ph.D. in Economic History. He worked in the Ministry of Transport of the Government of the Liberation Front of Mozambique (FRELIMO). He is currently Full Professor of Economic History at USP. He specialized in International Economics and Economic History and trained a myriad of undergraduate and graduate students at the Faculty of Philosophy, Letters and Human Sciences at the University of São Paulo (FFLCH-USP).
    In this edition we publish one of his texts about the forms of struggle and a poem of his own.
    We also bring international articles written especially for Moor by Ecuadorian scholar Francisco Hidalgo and UNAM (Mexico) professor Carlos Aguirre Rojas. Finally, illustrations, reviews and other articles critically thematizing the thirty years of the Workers' Party, the centenary of the Mexican Revolution and other subjects in the history of Marxism close this new contribution from a new Marxist magazine.
    Mouro does not accept articles for publication. The magazine is financed exclusively by sales and by the editors (whose work is voluntary). As we do not have professionals to analyze submitted articles and issue opinions, the editorial committee establishes dossiers and invites authors according to their interest. Mouro does not keep an inventory (see Vol. II of O Capital) of articles. Acts just in time.

  • Mouro 2
    Vol. 1 No. 2 (2010)

    The Núcleo de Estudos d ́O Capital (founded in 1991) presents to the public the second issue of Mouro, his Marxist magazine. Moorish, as everyone knows, was the nickname of the old Marx, due to his dark complexion. In this edition we present the great African leader Gungunhana, alongside analyzes of the Cuban and Chinese revolutions and a review of the first part of the film “Che”, played on screen by the impressive actor Benicio del Toro. Our permanent Marxism section features studies on Sartre and the young Marx by two young historians. In time: our journal is scientifically rigorous, but we do not believe that rigor comes from academic titles, lack of humor or the absence of art. That's why we publish young students, established academics, old militants and self-taught people from all times who didn't need to buy the right to think with diplomas, as old Engels used to say. Articles are always ordered according to dossiers, which is why the journal does not accept publication proposals.
    Our honoree in this issue is Edgard Carone, a communist and professor of several generations of historians at USP. Owner of the most important work on the Old Republic and the labor movement in Brazil and an enviable Marxist library. Really enviable!

  • Revista Mouro Ano 1 Mouro 1 (2009) Issn 2175-4837

    Mouro 1
    Vol. 1 No. 1 (2009)

    'Mouro' é a nova revista teórica do Núcleo de Estudos d'O Capital. Ela foi concebida para ser uma contribuição para o estudo e análise da realidade contemporânea sob as várias óticas pertinentes ao Marxismo e também da trajetória do Socialismo.

    O Núcleo de Estudos d'O Capital foi fundado em 10 agosto de 1992 com o objetivo de reunir estudiosos do Marxismo no âmbito da esquerda operária. Fiel ao espírito do Manifesto Comunista, o grupo considera que os marxistas nunca constituem um partido separado da classe trabalhadora, ao contrário, devem produzir reflexões que sirvam de apoio à prática política socialista.

     

    Este primeiro número tem como dossiê o ano de 1968, que foi caracterizado por uma importante ruptura na história contemporânea. Todavia lançamos uma abordagem pouco explorada nos artigos e documentos sobre aquele evento, a saber: as opiniões contraditórias que foram externadas na época não só por conservadores, mas também por militantes comunistas e operários que defendiam uma idéia de revolução baseada na classe trabalhadora e não apenas numa juventude temporariamente deslocada de seu efetivo lugar da sociedade burguesa.