About the Journal

The Núcleo de Estudos d'O Capital (founded in 1991) presents to the public, Mouro, its Marxist magazine.
Moor, as everyone knows, was the nickname of the old Marx, due to his dark complexion.
In time: our journal is scientifically rigorous, but it does not believe that rigor comes from academic titles, a lack of humor or the absence of art. That's why we publish young students, established academics, old activists and self-taught people of all ages who didn't have to buy with degrees the right to think, as old Engels said. Articles are always ordered according to the dossiers, so the journal does not accept publication proposals.

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Vol. 12 No. 15 (2022): Mouro 15
Revista Mouro Ano 12 Mouro 15 (2022) Issn 2175-4837

DOSSIÊ: 100 Anos de Florestan Fernandes

O ano de 2020, apesar de muito difícil para o Brasil e o mundo devido à pandemia do coronavírus, teve duas importantes efemérides para a esquerda: o bicentenário de Friedrich Engels e o centenário de Florestan Fernandes. Cem anos separam o nascimento do companheiro de lutas e de estudos de Karl Marx e o nosso patrono da sociologia brasileira. Deputado constituinte entre 1987-1988, Florestan levou ao parlamento sua experiência de educador e pesquisador, respeitado até pelos adversários conservadores. A Revista Mouro, cujo mantenedor (Núcleo de Estudos do Capital) nasceu em reuniões no escritório político de Florestan em São Paulo, não poderia deixar de prestar sua homenagem a um dos principais nomes do pensamento social brasileiro e da esquerda marxista.
Este dossiê, lançado agora em forma de separata para registrar a homenagem no ano do centenário de Florestan, fará parte da edição da revista em papel que estará à disposição do público em 2021. Conta com dois artigos de docentes experientes e dois jovens pesquisadores, que visitam a obra do velho mestre para debater as suas diferentes contribuições, da sociologia e antropologia clássicas (de matriz funcionalista), passando por suas reflexões políticas de cunho eminentemente marxista. Certamente existem outros temas caros ao catedrático uspiano, como a questão racial, a cultura popular e o papel emancipador da educação, que são apenas referidos nos textos que compõem o dossiê.
Lincoln Secco, docente da USP que conheceu Florestan quando ainda era um jovem estudante de graduação, escreve sobre os processos que levaram o catedrático da Universidade de São Paulo, elogiado pelo eminente sociólogo estadunidense Talcott Parsons, à militância socialista da maturidade - militância que abandonara na juventude por conselho de seu amigo Antonio Candido, para a dedicação integral aos estudos.
Silvia Adoue, docente da Unesp de Araraquara, escreve sobre o rigor analítico do sociólogo em início de carreira, que conseguiu reconstruir a forma como viviam os Tupinambá, para além dos preconceitos dos europeus que travaram contato com eles no século XVI e deixaram registros escritos. Ela demonstra como os estudos de Florestan ajudam a entender a reconstrução da identidade indígena de seus atuais descendentes, que vivem hoje na Bahia.
Marcelo Ferraro, historiador e doutorando em História Social na USP, faz um balanço do impacto da obra A Revolução Burguesa no Brasil na análise sobre o comportamento das elites brasileiras na segunda metade do século passado, com consequências no país que vê hoje conquistas democráticas sob risco de serem anuladas, com a ascensão de forças reacionárias.
Felipe Duarte, economista e mestre em Ciências Sociais, discute os conceitos de capitalismo dependente e subdesenvolvimento na obra do autor, que orientou o doutorado de dois sociólogos notórios pelas pesquisas na área: Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni. Em Florestan, analisar o caráter dependente do capitalismo brasileiro leva à compreensão do projeto subalterno dos donos do dinheiro no Brasil ao imperialismo norte-americano, com seus sócios do capital europeu.
Enfim, esta homenagem não pretende ser exaustiva, abrangendo as diversas contribuições de Florestan Fernandes às ciências sociais e à esquerda brasileira. Muitas obras, antes e depois do falecimento do autor, atingiram este objetivo. A Revista Mouro procura apenas cumprir sua obrigação de marcar, com este dossiê, o centenário de alguém que influenciou gerações de estudiosos e militantes socialistas.
Florestan, presente!

Published: 16-11-2022

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ARTE E REVOLUÇÃO

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Revista Mouro ISSN 2175-4837

'Mouro' is the new theoretical journal of the Núcleo de Estudos d'O Capital. It was conceived to be a contribution to the study and analysis of contemporary reality from the various perspectives pertinent to Marxism and also to the trajectory of Socialism. The Núcleo de Estudos d'O Capital was founded on August 10, 1992 with the aim of bringing together Marxist scholars within the scope of the working-class left.

Faithful to the spirit of the Communist Manifesto, the group considers that Marxists never constitute a separate party from the working class, on the contrary, they must produce reflections that serve as support for socialist political practice.

This first issue has as its dossier the year 1968, which was characterized by an important rupture in contemporary history.

However, we launched an approach little explored in the articles and documents about that event, namely: the contradictory opinions that were expressed at the time not only by conservatives, but also by communist and workers militants who defended an idea of ​​revolution based on the working class and not only in a youth temporarily displaced from their effective place in bourgeois society.